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Sindicarne - Goiás

Ações de frigoríficos sobem com previsão positiva do BTG sobre resultados

 

Banco espera uma temporada de resultados saudáveis para o setor. BTG espera melhoria nas margens de lucro da BRF no Brasil e no exterior. As ações dos frigoríficos brasileiros operaram na terça-feira (23/1) em alta na B3, após o BTG Pactual divulgar em relatório que espera bons resultados para as empresas do setor no quarto trimestre de 2023. As ações da BRF e da Minerva situaram-se entre as maiores altas do Ibovespa. Ações da Minerva (BEEF3) subiam 5,93% na bolsa, cotadas a R$ 7,15. 

Os papéis da BRF (BRFS3), por sua vez, registravam alta de 6,82%, para R$ 14,57. O Ibovespa operava em alta de 1,32%, aos 128.278 pontos. Fora do Ibovespa, as ações da JBS (JBSS3) subiam 2,74%, para R$ 24,35. E as ações da Marfrig (MRFG3) valorizavam 1,53%, para R$ 9,32. Em relatório assinado pelos analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin, o BTG Pactual informou que espera uma temporada de resultados saudáveis para o setor. O banco recomenda as ações da JBS. 

O banco estima que a companhia terá uma melhora sequencial, graças à sua estratégia de diversificação. O banco estima alta de 1% na receita, para R$ 93,8 bilhões, e de 25% no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), para R$ 5,8 bilhões, com margem de 6,2%. Os analistas preveem pressão de margens nos Estados Unidos, compensado por melhor rentabilidade em todas as outras unidades de negócios. 

No caso da Minerva, o BTG Pactual espera um resultado sólido, com aumento nas margens de lucro e volumes mais elevados de vendas. “Os preços da carne bovina devem continuar afetando o dinamismo das receitas, mas a estabilização nos últimos meses e as comparações anuais mais fáceis indicam que os preços não serão mais um obstáculo”, afirmaram os analistas em relatório. Além disso, o banco espera um forte crescimento de volume impulsionado pelo ciclo positivo no Brasil e pela compra da BPU no Uruguai. Isso deve resultar em um crescimento anual de 8% nas receitas, para R$ 7,4 bilhões. 

O BTG prevê aumento de 29% no Ebitda, para R$ 783 milhões, com margem de 10,6%. “Com a redução da oferta global de carne em 2024, esperamos que os preços comecem a se recuperar, fazendo deste um ano forte para os negócios da Minerva”, acrescentaram os analistas. O BTG também espera resultados fortes para a BRF, com melhoria nas margens de lucro no Brasil e no exterior. 

Os custos devem continuar caindo, uma vez que os grãos originados na colheita do ano passado são absorvidos pela cadeia de produção, proporcionando expansão das margens em todas as divisões. No Brasil, a expectativa é de aumento de 1% no volume vendido, com crescimento de 61% no Ebitda, e margem de 14,6%. Na área internacional, é esperado aumento na margem Ebitda de 6,5 pontos percentuais, para 10,7%. O banco estima receita consolidada de R$ 14,4 bilhões, com retração de 2%, e Ebitda de R$ 1,9 bilhão, com alta de 83%, e margem de 13,1%. Para o futuro, a expectativa é de margens ainda sólidas, com custos de ração favoráveis. Em relação à Marfrig, o banco prevê um trimestre mais fraco, com deterioração nas margens da carne bovina nos Estados Unidos. O banco espera um faturamento de US$ 3 bilhões, com preços mais altos compensando a queda de volume. O BTG também prevê queda de 1,9 ponto percentual na margem Ebitda e redução de 41% no Ebitda. Para a operação na América do Sul, a previsão é de queda de 17% na receita, para R$ 5,5 bilhões, devido aos preços mais baixos, margem Ebitda de 10,7% e alta de 11% no Ebitda. 

Os analistas consideram que há pouca visibilidade em relação ao impacto da venda de ativos na América Latina, o que pode limitar a alta das ações no momento. O BTG Pactual manteve recomendações neutras (equivalentes à manutenção) para as ações da BRF e da Marfrig, com preços-alvos de R$ 13,64 e R$ 9,18, respectivamente. Para o Minerva, a recomendação é de compra, com preço-alvo de R$ 6,75. O banco também manteve recomendação de compra para a JBS, com preço-alvo de R$ 23,70.

Valor Econômico