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Sindicarne - Goiás

BRASIL PRÓXIMO DE SUSPENDER A VACINAÇÃO CONTRA A FEBRE AFTOSA

O grande objetivo de quem quer alcançar mercados mais exigentes no que se refere à exportação de carnes é o status de livre da febre aftosa e com um ingrediente a mais: sem vacinação. O Brasil, ao longo dos anos, vem lutando por essa condição e no ano que vem, pode atingir esse objetivo. A opinião é do médico veterinário e presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Estado de Goiás, José Magno Pato. Ele é também Conselheiro do Fundo para o Desenvolvimento da Pecuária em Goiás – Fundepec e seu principal idealizador.

José Magno Pato tem como base para essa previsão, um importante encontro que aconteceu recentemente no Uruguai, quando da realização da 43ª Reunião da Cosalfa – Comissão Sul-Americana na Luta Contra a Febre Aftosa. Paralelamente à Cosalfa, importantes representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, se reuniram com empresários, dirigentes classistas, – principalmente representantes de pecuaristas, – e de órgãos estaduais ligados à defesa sanitária dos rebanhos. Nesse encontro, foram discutidos e avaliados todos os trabalhos que o Brasil tem feito ao longo dos anos, na busca da erradicação da febre aftosa.

Com área livre de febre aftosa sem vacinação, alcançaremos mercados até então inatingíveis

Com área livre de febre aftosa sem vacinação, alcançaremos mercados até então inatingíveis

Segundo José Magno Pato, o trabalho feito pelo Brasil até agora o tem colocado entre as principais nações que lutam contra essa doença e nos últimos anos, o País tem todos os seus estados cobertos por vacinação e não tem registrado focos de febre aftosa. Alguma região que poderia ter algum problema é a Amazônia onde o Ministério da Agricultura e outros seguimentos, tem centrado trabalho para erradicação da febre aftosa. Isso tem dado bons resultados e a região não representa perigo eminente uma vez que seu rebanho não é expressivo.

Para que o Brasil alcance o status de área livre de febre aftosa, – segundo disse José Magno Pato, – ele tem que mostrar à Cosalfa e ao resto do mundo, que possui um rebanho altamente saudável; tem que ter estoques de vacinas para o caso de emergência e laboratórios aptos a atenderem uma rápida demanda; tem que ter fundos particulares para custearem ações em parceria com os governos estaduais e que possam indenizar os produtores no caso de abate sanitários de rebanhos e acima de tudo, uma eficiente vigilância sanitária em todas as regiões, sem exceção. Essa vigilância engloba inclusive o trânsito de animais de municípios para municípios e de estados para estados.

Com essa estrutura pronta, então podemos suspender toda a vacinação contra a febre aftosa e isso o Brasil poderá fazer em pouco tempo. Na opinião de José Magno Pato, esse status poderá acontecer então no próximo ano quando em Goiânia será realizada a 44ª reunião da Cosalfa. Tal evento aqui, é uma reivindicação feita pela delegação goiana que esteve na reunião no Uruguai e atendida prontamente pelos participantes.

HOJE GOIÁS NO CONTEXTO

Em se tratando de trabalho contra a febre aftosa, o estado de Goiás está atualmente muito bem estruturado. Para se ter uma idéia, há exatos 21 anos que o estado não registra qualquer foco da doença e há 16 anos conseguiu a condição de estado livre com vacinação outorgado pela Organização Internacional de Epizootias – OIE, entidade centenária com sede na França, cujas opiniões em termos de qualidade sanitária ou não de várias regiões do planeta, são acatadas no mundo todo.

Segundo José Magno Pato, Goiás chegou até aqui graças a um trabalho de parceria que já dura 26 anos entre o Fundo para o Desenvolvimento da Pecuária em Goiás e o Governo do Estado através da Agrodefesa. Tem também a conscientização do pecuarista goiano que ao longo desses anos, não tem se negado a trabalhar em prol do combate à essas e outras doenças do rebanho.

O Fundepec-Goiás, é uma entidade de direito privado criada pelos produtores rurais e que tem como lastro financeiro, a contribuição espontânea dos fazendeiros. O Fundepec repassa à Agrodefesa 10% de sua arrecadação cujo dinheiro é usado para as ações do órgão estadual em suas ações em busca de qualidade sanitária de nossos rebanhos. O Fundepec-Goiás e um Fundo Emergencial Indenizatório para proteger o produtor no caso de abate sanitário de rebanhos acometidos de doenças infecto contagiosas como a aftosa. A partir de sua criação e sucesso, outros similares foram criados no Brasil. Dos 26 estados, 13 já têm entidades similares, uma recomendação também da OIE – Organização Internacional de Epizootias.

Para o presidente do Sindicarne e Conselheiro do Fundepec, Goiás tem no momento todas as condições de atender as exigências no sentido de se tornar uma região livre da aftosa sem vacinação. Além de José Magno Pato, outras lideranças classistas em Goiás tem defendido esse pensamento, alegando que não é possível ficar eternamente vacinando os rebanhos. “Uma vez livre da doença, – não só o estado de Goiás mas o resto do Brasil, – poderemos alcanças mercados de exportações altamente exigentes como a Coréia do Sul e Japão que juntos, importam mais de hum milhão de toneladas de carne bovina todos os anos,” finalizou Magno Pato.

O QUE PENSA A AGRODEFESA

Outra autoridade goiana que participou da 43ª Reunião da Cosalfa no Uruguai é Arthur Eduardo Alves de Toledo presidente da Agrodefesa. Segundo ele, a reunião dessa entidade internacional em Goiânia no próximo ano, será como uma vitrine para o estado mostrar ao mundo seu potencial e também o restante do Brasil. Arthur entende que a qualidade sanitária do rebanho é uma condição indispensável para buscarmos também saúdes humana, alimentar e sócio-financeira.

O presidente da Agrodefesa disse que Goiás já está trabalhando no sentido de acelerar as aspirações em busca da suspensão da vacinação contra a febre aftosa. Para se ter uma idéia da importância do estado, e a sua condição de mostrar subsídios sobre qualidade sanitária, em junho próximo Goiânia vai sediar uma reunião de representantes da Enfisa – Encontro Nacional de Fiscalização de Agrotóxicos e do Fonesa – Fórum Nacional de Executores de Sanidade Agropecuária.

Vamos trabalhar muito e a reunião da Cosalfa em Goiânia será a vitrine de Goiás e do Brasil

Vamos trabalhar muito e a reunião da Cosalfa em Goiânia será a vitrine de Goiás e do Brasil

Segundo Arthur, esses órgãos principalmente o Fonesa, buscarão informações sobre o funcionamento da parceria entre o Fundo para o Desenvolvimento da Pecuária em Goiás e o governo do estado. Trata-se de uma preparação e incremento das demais entidades existentes no País e criação de similares em outros estados. O encontro em Goiânia dar-se-á em 7 de junho em local a ser ainda definido mas é certo que terá uma grande demanda de participantes, tendo em vista a sua importância no contexto nacional, na busca pela condição de País livre de febre aftosa sem vacinação o que poderá ser anunciado oficialmente em abril do ano que vem no encontro aqui da Cosalfa.

Texto e fotos: Luiz Carlos Rodrigues, Assessoria de Imprensa – Sindicarne-Goiás