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Sindicarne - Goiás

Embrapa e parceiros querem colocar Goiás no topo da qualidade genética de zebuínos

Pesquisas neste sentido, – e com resultados palpáveis – vêm sendo realizadas há 19 anos pela Embrapa Arroz e Feijão, localizada no município de Santo Antônio de Goiás. O Trabalho começou com a parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias e a Associação Goiana dos Criadores de Zebu – AGCZ. Atualmente, estão engajados no projeto com apoio financeiro, o Fundo para o Desenvolvimento da Pecuária em Goiás – Fundepec-Goiás; Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste-Sudeco e a Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de Goiás – Fapeg.

As pesquisas da Embrapa em Goiás estão focadas no Projeto de Teste de Desempenho de Touro Jovem – TDTJ, cujos resultados são altamente significantes. Os dados apontam que, desde o início desta iniciativa até hoje, já são cerca de 570 mil animais de qualidade genética que estão espalhados em vários Estados, principalmente em Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Distrito Federal, São Paulo e Minas Gerais. São touros que alcançaram altas produções com a venda de sêmen e seus descendentes.

A Embrapa, com os resultados sempre dentro das expectativas, resolveu inovar e buscar outro foco: pesquisar através do sistema Consumo Alimentar Residual. O CAR, como é chamado, é uma característica de eficiência alimentar calculado como diferença entre o consumo observado e o consumo estimado, levando-se em conta o peso metabólico e o ganho de peso. Isto significa que é independente do peso corporal metabólico e o ganho médio diário.

Normas para avaliação do Consumo Alimentar Residual

Segundo um dos responsáveis pelo trabalho na Embrapa, Cláudio de Ulhôa Magnabosco, é diferente da chamada conversão alimentar. Essa mede a capacidade do animal em ganhar peso ingerindo alimentos no dia a dia com um perfil para frigorífico. Já o Consumo Alimentar Residual, tem a ver com a genética dos animais. A herdabilidade do CAR nos bovinos pode variar de 0,26, a 0,55. As medidas do CAR são feitas através de altas tecnologias. A Embrapa implantou um sofisticado sistema que registra todo o movimento dos animais em busca de comida. Essa tem o balanceamento adequado e é fornecida através de parceria, por outras empresas especializadas. Os dados vão para um computador central onde os técnicos fazem suas planilhas específicas.

Como é feita a avaliação do animal

No último dia 11, os técnicos da Embrapa reuniram na unidade da Empresa em Santo Antônio de Goiás, parceiros, pecuaristas, técnicos, estudantes, representantes de empresas de inseminação artificial, de alimentos e outros convidados especiais, oportunidade em que mostraram os primeiros resultados das últimas pesquisas baseadas no novo projeto.

Cláudio Magnabosco: “Goiás será referência em pesquisas sobre genética”

Cláudio de Ulhôa Magnabosco disse que Goiás está avançando muito nas pesquisas sobre genética de bovinos de corte e “é hora de buscar nossas próprias tecnologias e não dependermos mais de outros Centros de Pesquisas localizados em outros Estados da Federação. Goiás deverá ser referência em breve nesse quesito”, – avaliou Magnabosco.

Mais informações sobre as pesquisas

Fontes para pesquisas

Os touros pesquisados pela Embrapa são oriundos de fazendas de pecuaristas ligados principalmente a Associação Goiana dos Criadores de Zebu – AGCZ e no momento, tem vários deles provenientes de outros Estados. Os lotes são pesquisados no prazo de 294 dias. Depois parte deles é vendida no tradicional Leilão de maio da AGCZ na Grande Exposição Agropecuária do Estado de Goiás em Goiânia.

Eficiência alimentar em diferentes animais

Entendem os pesquisadores que, com o desenvolvimento da genética, esses animais vão formar rebanhos de maior celeridade em se tratando de acabamento e qualidade de carcaças, atendendo o que os pecuaristas buscam hoje a chamada “pecuária de resultado.” Isso ainda trás outra vantagem: os pequenos criadores começam a ter acesso também a esses animais e às tecnologias, barateando os custos de produção e melhorando seus produtos.

Tabela de alimentos e agenda de avaliação

Consumo Alimentar Residual

Grande público prestigiou o evento

Parte do lote de touros

Fundepec-Goiás

Sobre esse assunto, o presidente do Fundo para o Desenvolvimento da Pecuária em Goiás, médico veterinário e pecuarista Alfredo Luís Correia, presente ao evento, em sua fala destacou a decisão da entidade que preside em entrar nesse projeto. Segundo ele, através de várias reuniões com a diretoria, foi argumentado que o Fundo só entraria como co-patrocinador das pesquisas, se os resultados dessas fossem colocadas também à disposição dos pequenos e médios pecuaristas ou seja, o Fundo não iria patrocinar benefícios somente para os selecionadores de gado.

Alfredo Correia: “O Fundepec quer que todos tenham acesso às pesquisas”

Alfredo enfatizou ainda que o Fundepec, (que é um Fundo Emergencial Indenizatório) está abrindo de forma bem calculada, seu leque de trabalho em prol do desenvolvimento da pecuária em Goiás. No momento, além de parceria com a Embrapa Arroz e Feijão, está patrocinando pesquisas visando estudos de combate à Tripanossomíase junto à Universidade Federal de Goiás e Projetos de Melhoria da Qualidade do Leite. No primeiro semestre deste ano, assinou também um projeto de parceria com a Universidade do Estado de Goiás. Em São Luís de Montes Belos, a UEG vai desenvolver um grande trabalho buscando a formação de rebanhos através do cruzamento de fêmeas zebuínas com touros Belgian Blue. Essas pesquisas visam buscar um animal com alto perfil para corte através de parcerias com a Universidade de Liège – Holanda.

Outros presentes

Entre os presentes que prestigiaram as palestras na Embrapa estava também o presidente da Associação Goiana dos Criadores de Zebu, médico e pecuaristas Wagner Miranda. Ele ressaltou os grandes resultados entre a parceria de sua entidade com a Embrapa que só favoreceram o crescimento da pecuária goiana, com reflexos também em outros Estados. Para Wagner Miranda, o trabalho das duas entidades, – Embrapa Arroz e Feijão e Embrapa Cerrados de Brasília, – possibilitarão o produtor a ter um rendimento maior de seu rebanho entorno de 15% a 23% a mais, utilizando também menores áreas para lotação de bovinos, melhorando sensivelmente os objetivos na busca de menor custo de produção e maior qualidade genética, além de sustentabilidade.

Wagner Miranda (1º Plano) ”Estamos colhendo os frutos de 19 anos de parcerias”

Governo do Estado

Outro que se fez presente ao evento foi o superintendente de Agricultura de Goiás, pecuarista Flávio Camilo de Lima que, na oportunidade, representava o governador Marconi Perillo. Flávio enfatizou que o Brasil precisa crescer mais em termos de produção de proteínas e o que a Embrapa vem fazendo em parceria com várias entidades ligadas ao agronegócio deve ser prestigiado por todos. “Essas pesquisas são exemplos de quem está trabalhando em prol do desenvolvimento de uma pecuária de resultados dentro dos parâmetros de sustentabilidade, baixos custos e busca incansável de novas tecnologias,” disse Flávio Camilo.

Flávio de Lima: “O Brasil precisa de foco na produção de alimentos e é o que estamos vendo aqui”

Pecuária de Corte

Quem falou em nome da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás foi o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da entidade, Maurício Veloso. Ele elogiou o trabalho dos parceiros, notadamente do Fundepec-Goiás salientando ser ele o pioneiro e o maior Fundo brasileiro em prol do desenvolvimento da pecuária. Para Maurício, somente parcerias dessa natureza e a união de todas as entidades envolvidas são capazes de alcançar objetivos como os que estão sendo mostrados no momento pela Embrapa. Finalizou dizendo que “não se pode ir em frente sem atender ao chamamento das demandas e é isso que as parcerias que envolvem essas pesquisas estão buscando.”

Maurício Veloso (1º plano): “A parceria é um exemplo de atendimento às demandas”

Temos que modernizar

Entre os produtores presentes estava também o médico e pecuarista Júlio Roberto de Macedo Bernardes. Ele é um tradicional selecionador de zebuínos há mais de 50 anos e premiado em Exposições importantes de todo o País. Sobre o trabalho da Embrapa e as entidades, Júlio Bernardes disse que esse é o caminho para se buscar a pecuária de resultados. Para ele, “as seleções feitas há algum tempo através da mera observação já estão superadas. Temos que utilizar tecnologias modernas e confiáveis e é isto que estamos vendo aqui hoje”- finalizou ele.

Júlio Bernardes: “Seleção de animais com base na mera observação, já está superada”

Fonte: Imprensa Fundepec-Goiás – Texto e fotos