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Sindicarne - Goiás

PECUARISTAS REJEITAM PROPOSTA DO FRIGORÍFICO JJZ

Em tensa reunião realizada na tarde desta quarta feira no prédio da Federação da Agricultura do Estado de Goiás, em Goiânia, pecuaristas credores do frigorífico JJZ rejeitaram proposta de quitação de dívida desta indústria que está tentando uma recuperação judicial. A dívida total do frigorífico junto à vários seguimentos de credores chega a mais de 39 milhões de reais. Somente para os pecuaristas fornecedores de animais para abate, a dívida total é de 14 milhões e 202 mil reais.

O Grupo JJZ com sede em Goianira – GO, contratou uma empresa a Erimar Consultoria Empresarial para levar sua proposta aos pecuaristas. O advogado da JJZ Andrei Cóta apresentou uma com vários itens de opções para quitação da dívida. Porém, pediu um ano de carência e mais 4 para a quitação da dívida. Como garantiu inicial, ofereceu uma fazenda de mil alqueires no valor de 6 milhões de reais e mais dez terrenos em Buriti Alegre avaliados em pouco mais de 487 mil reais.

De acordo com os trâmites da justiça, os pecuaristas e demais credores do Grupo JJZ, tem prazo de 30 dias a partir da última segunda-feira dia 21, para apresentarem contra-propostas e outras considerações. Porém, tudo oficialmente dentro dos autos do processo para que a justiça homologue posteriormente, após a realização de uma assembleia geral dos credores, confirmando suas propostas para recebimento da dívida.

Os pecuaristas rejeitaram os cinco anos de prazo pedidos pela JJZ e ofereceram somente um ano ou a chance de pagamento em 12 parcelas iguais. Pediram também pagamento à vista de boiadas a serem vendidas ao frigorífico. Consideram os  pecuarista que esta unidade não pode parar sob pena de ser decretada sua falência o que tornará a situação ainda pior.

De acordo com as propostas dos pecuaristas, eles querem também a reavaliação dos imóveis da JJZ e querem formar um grupo de trabalho para observar a gestão do frigorífico assim que a justiça homologar o acordo.

ADVOGADOS

 

Um dos advogados da JJZ Andrei Cóta, disse que no momento não poderia dar qualquer resposta positiva para os pecuaristas. Se comprometeu porém, e levar as sugestões à JJZ, salientando que com relação ao pedido de reavaliação dos bens da empresa, isso será perfeitamente amparado pela justiça. Segundo ele, todo o balanço da empresa e seu sistema de operação, estão à disposição dos interessados e que tudo está sendo feito de forma transparente. A JJZ no momento abate cerca de 500 bois diariamente. A empresa tem também uma planta que opera no abate de peixes e seus produtos estão sendo comercializados normalmente  para vários estados da Federação e para o exterior.

"Andrei Cóta: As propostas serão discutidas com total transparência"

“Andrei Cóta: As propostas serão discutidas com total transparência”

A reunião na Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás, durou cerca de 4 horas quando lideranças classistas, empresários, pecuaristas e advogados discutiram a questão.  As discussões dos pecuaristas tiveram inclusive apoio da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura cujo presidente, Hugo Cunha Goldfeld disse que a partir de agora, todas as questões discutidas na Faeg e de interesse dos pecuaristas, serão acompanhadas também pela entidade.

"Maurício Velloso: Pecuaristas não abrirão mão de seus direitos com apoio da Faeg"

“Maurício Velloso: Pecuaristas não abrirão mão de seus direitos com apoio da Faeg”

Por sua vez, o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Faeg, Maurício Velloso, disse que nos próximos dias será formada uma comissão de representantes dos pecuaristas que vai levar suas  propostas à justiça, e acompanhar de perto todo o desenvolvimento do processo. Maurício, durante a reunião, fez duras críticas à JJZ  no sentido de ter protelado tanto tempo, a busca de uma solução para este problema. Ressaltou que os pecuaristas não vão abrir mão de tentarem resolver essa situação o quanto antes, uma vez que eles não contribuíram para que a empresa chegasse à essa condição de inadimplência e que os credores produtores rurais, terão todo o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás no tocante as discussões.

Texto e fotos Luiz Carlos Rodrigues – Imprensa Fundepec-GO