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Sindicarne - Goiás

CARNE PARA OS ESTADOS UNIDOS: UM NOVO STATUS PARA O BRASIL

JoséMagnoPato

Os estados Unidos anunciaram recentemente a compra de carne bovina do Brasil. Com isso, os pecuaristas estão eufóricos. A pergunta que ouvimos todos os dias é: “O boi vai subir”? Os produtores na verdade querem saber é se o preço da carne vai aumentar.

Diante disso respondemos que 100.000 ton. para um país que vende mais de 1 milhão de toneladas, talvez não vai influir assim no mercado internacional.

A vantagem que podemos tirar deste anúncio é que os Estados Unidos como um mercado super exigente, agregarão mais status à carne bovina brasileira. Poderemos ganhar um pouco com isto.

As compras americanas não serão iniciadas imediatamente. Haverá um período de negociação entre os serviços de inspeção de nossos países, para ajuste de normas sanitárias exigidas pelos americanos. Após as assinaturas dos protocolos, as plantas (frigoríficos brasileiros) serão inspecionadas e por fim, habilitadas a enviar carne para esse novo mercado.

É interessante salientar como o mercado internacional é protegido e difícil de entrar. Os países livres de febre aftosa, sabem o quanto custa erradicar essa doença. Por isso, fazem grandes exigências em relação ao seu controle.

Os Estados Unidos são o maior produtor de carne do mundo, em torno de 11 milhões de toneladas. O Brasil produz uma média de 8 milhões.

Aquele país exporta muita carne com qualidade e a preços muito superiores aos nossos, assim como 8.000 dólares a tonelada quando nós conseguimos apenas 4.000 dólares.

Nos últimos 20 anos, o rebanho bovino americano reduziu de 150 milhões de cabeças para 55 milhões, apesar da produtividade ter crescido a tal ponto, que a produção se mantêm em 11 milhões de toneladas. Daí, a necessidade de importar para seu consumo e não perder os grandes mercados como Japão e Coréia.

Os produtores brasileiros, que nestes mais de 20 anos têm acompanhado a luta para retornarmos ao mercado americano, devem ficar vigilantes aumentando os controles sanitários de seus rebanhos para evitarmos novamente sermos excluídos.

É hora também dos produtores se unirem em sociedade ou associações para produzirem carnes certificadas, observando as exigências do consumidor atual. Colocar no mercado garantias ao respeito às normas ambientais, bem estar e sanidade animal, cortes com qualidade  e sabor, em atendimento ao que o consumidor atual quer, além de produzir com sustentabilidade. Essas são as exigências dos principais mercados do século 21.

 

José Magno Pato, médico veterinário, presidente do Sindicato das
Indústrias de Carnes e Derivados do Estado de Goiás – Sindicarne